
Série Quinta Clássica
Danças Sinfônicas
qui 11set 23H
Sesc Glória
Av. Jerônimo Monteiro, 428 - Centro, Vitória - ES, Brasil
R$ 20 (inteira)
R$ 15 (conveniado)
R$ 12 (cartão empresário)
R$ 10 (meia entrada
e comerciário)
R$ 10 + 1kg de alimento
(meia solidária)
Artistas
Orquestra Sinfônica do Estado do Espírito Santo
Luiz Cláudio Barros, piano
Cibelle Donza, regente
Programa
Cibelle Donza: Das Plêiades
Edward Grieg: Concerto para piano em lá menor, Op. 16
Sergei Rachmaninov: Danças Sinfônicas
Sobre o espetáculo
Das Plêiades, composição escrita em 2022 por Cibelle Donza, é a primeira de um ciclo de obras que se relacionam pela mesma temática, a partir de reflexões sobre a brevidade da vida terrena. É inspirada na astronomia, especificamente na constelação das Plêiades, que se destaca pelo seu brilho muito intenso e por sua luz azulada e também pela sua magnitude, impondo-se no espaço.
O vigor aliado ao lirismo e ao seu charme tipicamente escandinavo, fizeram do Concerto para piano e orquestra em lá menor, composto em 1868 pelo norueguês Edvard Grieg (1843-1907), um grande sucesso das salas de concerto. Escrito em três movimentos, o concerto, particularmente em seu finale, reflete espontaneamente a sua Noruega natal, principalmente pelo ritmo de halling, dança típica daquele país, com acentos fortemente marcados.
Estreadas na Filadélfia em 03 de janeiro de 1941, as Danças Sinfônicas foram escritas em 1940, três anos antes da morte de Rachmaninov. Originalmente se chamavam “Danças Fantásticas” e os movimentos levavam os seguintes títulos: Dia, Crepúsculo e Meia-noite, porém o próprio Rachmaninov resolveu alterar e suprimir esses títulos. O compositor combinou um elemento rítmico modernista, inspirado por Stravinsky e Prokofiev, com sua própria inclinação pela melodia grandiosa. A figura temática de abertura, concisa, semelhante a uma marcha, domina todo o primeiro movimento. Ela aparece com destaque até mesmo no episódio para saxofone alto, melancólico e essencialmente russo. O tema final do movimento, anunciado em staccato nas cordas, tem um caráter exótico e é ricamente cromático.
Na coda, Rachmaninov cita o tema de abertura de sua Primeira Sinfonia. A segunda dança inicia-se com acordes ameaçadores e é seguida por uma valsa sinistra que oscila entre a quase letargia e a agitação extrema. O movimento conclui-se com figuras suaves e impetuosas feitas por instrumentos de sopro e de cordas, sugerindo que os participantes não estão exatamente encerrando a dança, mas sim sendo levados, ainda rodopiando, para fora de seu salão de baile, escuro e fantasmagórico, para uma noite ainda mais escura. A terceira e última seção mistura o canto ortodoxo russo e o canto medieval para os mortos, "Dies irae". A igreja é ainda representada pelo tema "Aleluia", das Vésperas corais do próprio compositor, de 1915, que eventualmente impulsiona o "Dies irae": um triunfo simbólico da vida sobre a morte? Aliás, esta foi a última música que Rachmaninov compôs. Dois anos depois, e um mês após se tornar cidadão americano, ele morreu (de câncer), poucos dias antes de completar 70 anos.
Cibelle J. Donza é maestra e compositora. É diretora artística da Orquestra Filarmônica da Amazônia e já regeu importantes orquestras no Brasil e no exterior, como a Sinfônica de Minas Gerais, Sinfônica do Theatro da Paz, Sinfônica do Espírito Santo, Sinfônica de Brasília, Ithaca College Symphony Orchestra (NY), dentre outras. Foi a primeira mulher a reger no Festival de Ópera do Theatro da Paz. Premiada na França (2024) e na Bienal da FUNARTE (2023), é mestre em regência orquestral pela Ithaca College (NY/EUA) e participou de programas como o Cabrillo Festival e o Eastman Academy of Leadership.
Reconhecido por Nelson Freire como “um músico de invulgar talento, dotado de grande sensibilidade artística e facilidade pianística”, Luís Cláudio Barros foi aluno de Célia Ottoni desde a iniciação até a graduação na FAMES. É Mestre pela Eastman School of Music (EUA), sob a tutela da renomada Nelita True, e Doutor pela UFRGS, com orientação de Ney Fialkow e período de residência no Music Psychology Lab da Universidade de Connecticut (EUA). Premiado em diversos concursos, obteve em 2024 o 3º lugar no 4Seasons Vienna International Musician Competition, na categoria Pianistas Profissionais. É professor de piano na UDESC (Florianópolis), desenvolve pesquisas e atua como solista e camerista, com turnês realizadas na Alemanha, Portugal e Espanha.