
Série Pré-Estréias
The Afro-American Symphony
qua 30jul 23H
Sesc Glória
Av. Jerônimo Monteiro, 428 - Centro, Vitória - ES, Brasil
R$ 20 (inteira)
R$ 15 (conveniado)
R$ 12 (cartão empresário)
R$ 10 (meia entrada
e comerciário)
R$ 10 + 1kg de alimento
(meia solidária)
Artistas
Orquestra Sinfônica do Estado do Espírito Santo
Dino Nugent, regente
Lorena Pires, solista
Programa
Florence Price: Ethiopia’s Shadow in America
I. Introduction and Allegretto: The Arrival of the Negro in America when first brought here as a slave
II. Andante: His Resignation and Faith
III. Allegro: His Adaptation. A fusion of his native and acquired impulses
Samuel Coleridge-Taylor: Overture “The Song of Hiawatha”, Op. 30, n.º 3
George Gershiwin: da ópera Porgy and Bess, Summertime
Dino Nugent: Travesias
Willian Grant Still: Symphony No. 1 (The Afro-American Symphony)
Sobre o espetáculo
Dino Nugent é regente, pianista, compositor, arranjador. Formou-se pela Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil) com Bacharelado em Composição e Bacharelado em Regência Orquestral. Através de uma bolsa do prestigiado Programa Fulbright (Departamento de Estado, EUA) obteve um Mestrado em Música na Universidade de Rutgers Sua colaboração com figuras renomadas da música latino-americana o levou a participar de várias produções discográficas das quais cinco foram premiadas com os Grammy Award e Latin Grammy. Como compositor, criou música para concertos, filmes, ballet e publicidade, que alcançaram audiências em todo o mundo. Foi fundador e diretor da Rede de Orquestras e Coros Juvenis do Panamá.
Primeira brasileira a ser admitida na prestigiada Academia da Ópera de Paris, a capixaba Lorena Pires estuda sob orientação do baixo-barítono Licio Bruno e foi vencedora no 2º Concurso de Canto Joaquina Lapinha (2023), em São Paulo e foi vencedora do 2º lugar na categoria 18 a 25 anos no 2º Concurso de Canto Natércia Lopes, em Vitória (2023). Interpretou Lauretta (Gianni Schicchi, de G. Puccini) no TMRJ, Arbace (Catone in Utica, de A. Vivaldi), com o grupo A Trupe Barroca; Zweite Dame (Die Zauberflöte, de W. A. Mozart) no Ópera Studio Coletivo das Artes e Anna (Nabucco, de G. Verdi) no TMSP em 2024.
Escrita em 1932 pela compositora norte-americana Florence Price (1887-1953), Ethiopia’s Shadow in America (A Sombra da Etiópia na América) trazia em seu programa original um roteiro feito pela própria compositora. Os títulos dos movimentos no manuscrito original descrevem a jornada de vida de tantos africanos que foram transportados para os Estados Unidos e escravizados contra sua vontade. “A Chegada do Negro à América quando trazido aqui pela primeira vez como escravizado”, “Sua Renúncia e Fé” e “Sua Adaptação, uma fusão de seus impulsos nativos e adquiridos” contribuem para a narrativa da obra e sua compreensão.
The Song of Hiawatha (A Canção de Hiawatha) é uma trilogia de cantatas de Samuel Coleridge-Taylor, com versos do poeta norte-americano Henry Wadsworth Longfellow. A abertura da obra foi composta em 1899 para a apresentação da primeira cantata, Hiawatha’s Wedding Feast (A festa de casamento de Hiawatha) no Festival Musical de Norwich, sendo posteriormente publicada separadamente como Op. 30, nº 3. Embora cada uma das cantatas seja geralmente executada separadamente, a trilogia completa e a nova abertura foram apresentadas em Birmingham em 1901. Impressionantemente brilhante, com melodias fluidas, ritmos dançantes, acordes exuberantes e orquestração dramática, a melodia principal da abertura é, na verdade, derivada da canção espiritual "Nobody Knows the Trouble I've Seen".
Escrita em 1934, Summertime foi uma das primeiras composições de George Gershwin (1898-1937) para sua nova ópera Porgy and Bess. A canção, inspirada no jazz, é uma canção de ninar que Clara, uma jovem mãe, canta para seu bebê na tentativa de embalá-lo para dormir ao entardecer.
A composição de Travesias, de Dino Nugent, deu-se através de uma encomenda do Programa de Dança Moderna do Balé Butler, da Universidade Butler, de Indianápolis, Indiana. Nesta obra, Nugent explora uma ideia que tem sido uma motivação recorrente em algumas de suas composições: a união de elementos melódicos e rítmicos (até mesmo emocionais) das primeiras raças ou etnias que deram origem à diversidade cultural pan-americana, que são os indígenas americanos, os caucasianos europeus e os negros africanos. Apresentada pela primeira vez em 31 de julho de 2019, no Teatro Balboa, na Cidade do Panamá, pela Orquestra Sinfônica Nacional do Panamá, sob a regência do próprio compositor e nos EUA, em 2023.
A Afro-American Symphony (Sinfonia Afro-Americana), de William Grant Still (1895-1978), começou a ser esboçada em 1924, porém ele interrompeu o trabalho, retomando-o em 1930. A obra foi estreada em outubro de 1931, pela Filarmônica de Rochester. Nela, Grant Still une o gênero do blues com o da música sinfônica. A maneira como Grant Still construiu este encontro de dois gêneros musicais foi engenhosa e inovadora do início ao fim. O primeiro movimento em forma de sonata livre, apresenta uma estrutura comum de três partes na qual duas melodias são introduzidas, desenvolvidas e repetidas ao longo do movimento. A primeira melodia, tocada por um trompete surdina, sobrepõe-se ao padrão harmônico instantaneamente reconhecível do blues de 12 compassos. Com seu arco abrangente e síncope suave, a segunda melodia, introduzida pelo oboé, lembra um negro spiritual. Os dois movimentos seguintes capturam estados de espírito distintos com material melódico emprestado do primeiro movimento é transformado em novos contextos. Com seus timbres sombrios, o segundo movimento é uma clara expressão de tristeza. O terceiro movimento, que acrescenta um banjo para obter um colorido único, é um salto de alegria. O quarto movimento inicia-se com uma melodia pungente que apresenta algumas das mais belas composições orquestrais de Still. Uma passagem longa e comovente finalmente dá lugar a uma reminiscência do tema original do blues em uma coda impetuosa.