26/06, às 20h
Série Pré-Estreia
Orquestra Sinfônica do Estado do Espírito Santo - Oses
Luiz Fernando Malheiro, regente
Eiko Senda, soprano; Laura Duarte, soprano e Hélenes Lopes, Tenor, solistas
Participação especial: Coro Vox Victoria (Reg. Sanny Souza)
Suor Angelica: Intermezzo
Suor Angelica: “Senza mamma”
Solista: Eiko Senda, soprano
Suor Angelica: “O gloriosa virginum”
Coro Vox Victoria
La Bohéme Valsa da Musetta “Quando m’en vo soletta”
Solista: Laura Duarte, soprano
La Bohéme “Che gelida manina”
Solista: Hélenes Lopes, tenor
Edgar Prelúdio do Terceiro Ato
Gianni Schicchi: “Oh mio babbino caro”
Solista: Laura Duarte, soprano
Tosca “Recondita armonia”
Solista: Hélenes Lopes, tenor
Tosca“Vissi D’Arte”
Solista: Eiko Senda, soprano
Madama Butterfly Coro “Bocca Chiusa”
Coro Vox Victoria
Madama Butterfly “Un bel di vedremo”
Solista: Eiko Senda, soprano
Turandot “Signore Ascolta”
Solista: Laura Duarte, soprano
Turandot “Nessun dorma”
Turandot “In questa reggia”
Solista: Eiko Senda, soprano
Sobre a apresentação
Giacomo Puccini (1858-1924) foi um dos grandes expoentes da ópera realista italiana. Suas habilidades no trato da melodia, criando linhas envolventes e dramáticas, aliadas à maneira com que ele retratava as emoções humanas, o tornaram um dos grandes mestres da ópera mundial.
Suor Angelica (“Irmã Angélica”) se passa no claustro de um convento. Angélica, nascida em uma família de nobres, teve que entrar para o convento por ter dado à luz uma criança sendo ainda solteira. Após anos de confinamento, é informada de que seu filho morrera de febre há dois anos. Devastada, cai em prantos. Na ária Senza mamma (“Sem a mamãe”), ela lamenta que seu filho tenha morrido na sua ausência. Tomada por uma visão celestial, ela acredita ouvir seu filho chamando-a para encontrá-lo no paraíso. Nesse momento, Angelica parece ouvir a voz dos anjos implorando por ela à Virgem Maria, no coro O gloriosa virginum (“Ó virgem gloriosa”).
Em La Bohème, ambientada em Paris, em um cenário de boemia em que diversos artistas jovens e com poucos recursos financeiros buscavam viver a vida despreocupadamente, Puccini habilmente alterna momentos de drama com alegria, risos com lágrimas, contrapondo situações radiantes e apaixonadas com outras de eloquente desespero. Na ária Quando m’en vo soletta per la via (“Quando ando sozinha pela rua”), a sedutora Musetta dirige-se a Marcello, um amor do passado, para demonstrar que ela ainda o ama, sem levantar suspeitas do idoso pretendente que agora a acompanha. Em outra cena, Mimi, vizinha de Rodolfo, bate em sua porta pedindo-lhe para acender a sua vela pois o vento a tinha apagado. Abatida e fraca por conta da tuberculose, Mimi deixa cair a sua chave no chão. Nesse momento a corrente de ar apaga as duas velas. Os dois começam a procurar a chave, até que Rodolfo a encontra e, orientado pela voz e pelos movimentos de Mimi, se aproxima da jovem, tocando-lhe a mão. Che gelida manina (“Que mãozinha gelada!”) exclama Rodolfo. “Deixe-me aquecê-la”, completa.
Edgar foi a segunda ópera composta por Puccini e não obteve grande sucesso, ainda que contenha algumas belas passagens musicais. O prelúdio orquestral do terceiro descreve um grande cortejo fúnebre, no qual uma armadura supostamente contendo o corpo de Edgar (que teria morrido em batalha) é conduzida solenemente pelos demais soldados.
Gianni Schicchi é uma comédia irônica, em que toda a ação ocorre no quarto de Buoso Donati, aristocrata florentino recentemente falecido. Donati deixou um testamento em que seus bens deveriam ser doados a um mosteiro, o que desperta a ira de seus familiares. Um deles, o jovem Rinuccio, está enamorado da bela Lauretta, filha de Gianni Schicchi, homem de origem camponesa e bastante sagaz. Assim, Rinuccio pede a ajuda de Schicchi para encontrar uma solução para o problema, mas este se recusa por conta do desprezo dos demais familiares do morto (que se consideram de uma classe social superior). Contudo, na ária O mio babbino caro (“Ó, meu querido papai!”) Lauretta acaba convencendo o pai. Schicchi, astutamente, vira o esquema contra eles, legando a si mesmo a maior parte da fortuna do morto.
Tosca, cuja ação se passa em Roma, no mês de junho de 1800, reúne elementos como amor, morte e terror, em uma permanente atmosfera tensa. O libertário pintor Mario Cavaradossi, ao retratar Nossa Senhora na capela de uma igreja, imprime nela feições de uma dama loira de olhos azuis que frequentava o lugar para rezar. Na ária Recondita armonia (“Harmonia oculta”), ele compara os traços do retrato com os da mulher que ama, Floria Tosca, célebre cantora morena de olhos negros.
Posteriormente, Cavaradossi é preso por suspeita de ter acolhido um prisioneiro político em fuga, mas mesmo sob tortura não delata o amigo. Tosca é então pressionada por um corrupto chefe de polícia, o Barão Scarpia. Transtornada e sem saber o que fazer para salvar o seu amado do fuzilamento, canta a ária Vissi d’arte (“Vivi pela arte”) na qual, começando suavemente e depois com uma apaixonada e comovente explosão de dor, declara que vive a vida em nome da arte e do amor.
Madama Butterfly é uma obra trágica cuja personagem principal, Cio-Cio-San (em português: Borboleta), japonesa de quinze anos, é seduzida e abandonada por B.F. Pinkerton, um oficial da marinha norte-americana de passagem pelo Oriente. Emocionalmente destruída, ela vem a se suicidar no final da ópera. O Coro A bocca chiusa (ou seja, com a boca fechada, murmurando) é cantado em um momento de calma, quando Cio-Cio-San, ainda iludida, espera silenciosamente pelo retorno de Pinkerton. Já na ária Un bel di vedremo (“Um belo dia veremos”), após três anos desde que fora abandonada, a adolescente ainda imagina o dia em que o navio de Pinkerton chegará ao porto e por ela será visto da janela da casa em que um dia coabitaram por um curto período, no alto de uma colina, evocando a felicidade de ambos em um sonhado reencontro.
Turandot é baseada em um antigo conto sobre uma princesa do Oriente com o coração de pedra, que matava qualquer pretendente que a amasse. Por ser dotada de uma beleza ímpar, ela atraía homens dos mais longínquos países. Para se aproximar dela, o interessado se submetia a três enigmas, a fim de obter a mão da princesa e o trono da China. Caso não conseguisse vencer o desafio, o pretendente era decapitado – o que ocorreu em diversas oportunidades. Calaf, filho de Timur, rei destituído e banido de seu país, decide submeter-se ao teste. Liù, jovem escravizada que ajudou Timur a fugir e que está apaixonada por Calaf, canta a ária Signore, ascolta! (“Senhor, escuta!”) em que faz uma tentativa patética de dissuadi-lo dessa ideia. Porém, Calaf decifra os três enigmas e, vendo o desespero de Turandot, em um gesto de magnanimidade lhe propõe um desafio que anularia a sua vitória. Bastaria que, até o amanhecer, ela descobrisse o seu nome. Turandot ordena que ninguém durma até que seja descoberto o nome do príncipe. Calaf canta a ária Nessun dorma (“Que ninguém durma”) onde manifesta a sua convicção de que apenas ele poderá revelar o seu segredo, quando, à luz do sol, Turandot tornar-se sua. Antes disso, o príncipe desconhecido fora trazido à presença do Imperador e aconselhado a desistir. Após a sua recusa, Turandot, na ária In questa reggia (“Neste reino”) narra a história de sua ancestral que, nesse mesmo palácio, há milhares de anos foi traída por um conquistador estrangeiro que, após saquear a cidade, a levou para um exílio, onde ela veio a morrer de tristeza. Para vingá-la, Turandot instituiu os enigmas. Todavia, ao final da ópera, o coração de Turandot cederá ao amor despertado por um beijo de Calaf.
Puccini se definia como um admirador “das pequenas coisas da vida”, que gostava de retratá-las por meio de sua música, desde que fossem verdadeiras, cheias de paixão e humanidade, e que pudessem tocar o coração de quem ouvisse suas obras. Temos a convicção de que o repertório desta Cortina Lírica irá atingir esse objetivo.
Nascida no Japão, Eiko Senda formou-se como cantora com A. Barandoni, que foi um dos poucos alunos de B. Gigli, e com Tamaki Sakamoto. Sua formação em pedagogia musical e “Ciencia e Arte de Canto” realizou-se na Universidade Mukogawa (Japão). Aperfeiçoou-se com E.Pleehn e especializou-se em Canções Alemãs em Dresden (Alemanha), também tendo trabalhado repertório lírico italiano com Franco Iglesias (Nova York). Canta nos principais teatros do país e da América do Sul, sob a batuta de grandes maestros, assumindo papéis como Cio-Cio-San de Madama Butterfly, Jenny de La Dame Blanche (Boieldieu), Amelia em Un Ballo in Maschera (Verdi), Leonora em La Forza del Destino (Verdi), Desdemona em Otello (Verdi), Alice em Falstaff (Verdi), e Abigaille em Nabucco (Verdi).
Laura Duarte é mestra em Música pela UNICAMP, formada pelos programas de Ópera Estúdio da EMESP e do Theatro Municipal de São Paulo. Seu repertório operístico inclui a Carmina Burana de C. Orff, O Morcego (J Strauss), Les Plaisirs de Versallies (M. A. Charpentier), Il Viaggio a Reims (G. Rossini), além de vasto repertório de concerto e música de câmara. Em 2015 interpretou Louisa em “As bodas no Monastério”, do Russo S. Prokofiev, no Theatro São Pedro, sob direção de André dos Santos e Bruno Berger-Gorski. Em 2017 cantou as Bachianas Brasileiras n° 5 de Villa-Lobos com a OSM, sob direção de Roberto Minczuk, e interpretou a primeira dama na montagem da ópera A Flauta Mágica sob direção cênica de André Heller Lopes, ambos no Theatro Municipal de SP. Em 2018 foi vencedora do segundo prêmio feminino no concurso “Festival Callas” em São Paulo. Entre 2018 e 2019 foi swing no musical O Fantasma da Ópera.
Hélenes Lopes é um tenor de destaque na cena lírica nacional, foi vencedor do 1° Lugar Masculino no Concurso Internacional de Canto de Goiânia, interpretou Edgardo em “Lucia di Lammermoor” (Donizetti), Alfredo Germont em “La Traviata” (Verdi), Rodolfo em “La Bohème” (Puccini), Pinkerton e Goro em “Madame Butterfly” (Puccini), Don José em “Carmen” (Bizet) e Canio em “Pagliacci” (Leoncavallo), Le Berger em “Oedipus Rex” (Stravinsky), Don Alvaro em “Il Guarany” (Carlos Gomes) em Assunção – Paraguai e Ferrando em “Cosi Fan Tutte” (Mozart). Foi solista na “Messa da Requiem” (Verdi), “Cristo no Monte das Oliveiras” (Beethoven) “9ª Sinfonia” (Beethoven) e “Te Deum” (Bruckner), além de concertos com diversas orquestras do Brasil.
Coro Vox Victoria 2024
SOPRANOS
Erica Brasil, Sarah Vargas , Ingride Miranda, Jordana Caetano, Conceição Milanez, Patricia Coutinho , Luana Shaeffer, Roberta Ribeiro, Van Borges, Claudete Sarmento, Juliana Gomes.
CONTRALTOS
Ida Borchardt, Dâmaris Lorenzoni, Sâmela Rocha, Délita Meireles, Virgínia Lacerda, Christiane Aguiar, Ana Paula Chiengue, Estela Roldi.
TENORES
Eduardo Rodrigues, Dalmo Amorim, Cassio de Oliveira, Jônatas Misael, Max Michel, Roberto Viana, Hiago Sousa.
BAIXOS
Lucas Storch, Emyr Apolônio, Raphael Piccinini, Pedro Miranda, Laudemi Brito.
Pianista: Ramon Lorete | Preparador Vocal: Max Michel e Luana Shaeffer | Regência: Sanny Souza